O
ano era 2014. Mossoró fervilhava de boas e más intenções. A prefeita à época,
Cláudia Regina, havia sido cassada pela Legislação eleitoral em virtude de
irregularidades detectadas no decorrer da campanha eleitoral de 2012. Dois anos
depois da eleição que culminou com a vitória de Cláudia, Mossoró passou por um
novo pleito, decidido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e mantido pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Eis
que naquela eleição surgiu o “Sassá Mutema” de Mossoró. O então presidente da
Câmara Municipal e que estava no exercício da função de prefeito, Francisco
José da Silveira Júnior, se apresentou como “novo”. E venceu. Derrotou seus
adversários. A fama de bom gestor interino foi o seu carro-chefe.
Mas o que se
viu na interinidade não se concretizou na oficialidade do cargo. O “menino”,
como se apresentou Silveira, era, na verdade, “macaco velho” na arte de gerir a
coisa pública pessimamente. Serviços básicos chegaram a ser totalmente destroçados
como o fornecimento de merenda escolar que se tornou comum estar em falta.
E
a arte de administrar mal se comprovou três anos depois da sua administração. O
Tribunal de Contas do Estado (TCE) reprovou a prestação de contas da gestão de
Silveira e encaminhou o relatório para o Ministério Público investigar
possíveis crimes de improbidade administrativa e ilicitude penal.
O “menino”,
que queria trabalhar por Mossoró fez o contrário: atrasou salário de
servidores, não cumpriu acordos administrativos... Enfim, atrasou o
desenvolvimento da segunda maior cidade do Rio Grande do Norte.
Agora
o ano é 2019. Cinco anos depois do surgimento do “menino”. E eis que outro
político aparece e diz ser o “novo” na política. Seu nome? Alysson Bezerra. É
deputado estadual e sonha em ser prefeito. Não tem nem 26 anos e já quer ser o
novo “Sassá Mutema”. Será que Mossoró suportaria mais uma gestão comandada por
mais um “menino”?
Lembrando
que Alisson fez parte do corpo de apoiadores da reeleição de Silveira, com
direito a discursos emocionados evocando a religião e a desculpa para os salários
atrasados mensais. Não é melhor o deputado aprender a administrar antes de
tentar fazê-lo?
Alisson e Isolda: quem levará a melhor?
Mais
curioso do que a autodenominação de Alisson como um experiente e preparado
gestor, mesmo com uma série de gafes no início do seu mandato, é o pedido
público de um blogueiro para que o antigo secretariado de Silveira se forme
novamente como um “gabinete-sombra” para criticar a atual gestão que recuperou
os cacos encontrados.
A
ideia é juntar os dois secretários de planejamento de Silveira para falar de
planejamento, a ex-secretária de cultura Isolda e demais apoiadores como
Alisson e aliados na campanha passada para formar uma espécie de secretariado
de oposição para críticas.
E
aí um programa de rádio que foi formado pelo antigo gestor seria o porta-voz
das críticas desse secretariado já formado com o objetivo final dessa equipe se
aproximar para um apoio a Isolda do PT que, no raciocínio dos criadores dessa ideia,
é quem vai ter os recursos do governo estadual jorrando numa campanha eleitoral.
Dessa
forma o menino Alisson seria demovido da ideia de candidatar-se e Tião e Jorge
se tornariam mero coadjuvantes apoiadores de Isolda.
Em
caso de insucesso eleitoral em 2020, Isolda sairia no lucro, pois para a
eleição de deputado estadual futura, teria silenciado Alysson como um mero
apoiador e o grupo de Tião e Jorge também. Tendo Isolda ganho popularidade com
um futuro recall de sua candidatura à prefeita.
E
assim seguem os planos da oposição: o discurso de união e de tentar demonizar a
atual gestão tem um objetivo oculto: pavimentar uma reeleição tranquila para
deputado estadual enfraquecendo e eclipsando os grupos de oposição que não
tenham candidato a prefeito e aceitem serem meros apoiadores.