Prefeitura Municipal de Assú

quarta-feira, 8 de março de 2017

'Quero respeito e igualdade', diz vereadora

A vereadora Isolda Dantas (PT), afirmou que o discurso de igualdade entre homens e mulheres na sociedade é falso, sendo igualmente falacioso o discurso de que houve conquistas. Ela tem como base a onda de violência que ainda é elevada contra as mulheres. Somente no RN este ano 16 mulheres foram assassinadas violentamente. Isolda afirma que Mossoró ocupa a 75ª posição no ranking de cidades onde a violência contra a mulher se faz presente. Nesta entrevista, a vereadora comenta sobre o tema, bem como a reforma da Previdência Social, tema de audiência pública proposta por ela e que aconteceu ontem na Câmara Municipal. Confira abaixo a conversa:

Apesar dos avanços e conquistas das mulheres na sociedade, a questão da igualdade deixa a desejar, especificamente com relação á violência. Somente este ano, 16 mulheres foram mortas no RN e esse número, no Brasil, supera em muito a realidade local. O que se pode afirmar sobre a realidade de hoje?
É falso dizer que nós, mulheres, conquistamos a igualdade. Não é verdade. Os dados da violência mostram que Mossoró0 é a 75ª cidade que mais mata mulheres, onde as mulheres são mortas por companheiros ou ex-companheiros. Isso é um dado alarmante em nossa cidade. Mossoró é uma cidade que tem pioneirismo na liderança das mulheres, mas é uma cidade que violenta muito as mulheres. E isso é uma prova de que a igualdade está longe. Estamos muito distantes da igualdade, porque não usamos as roupas que a gente quer. Não vamos aos lugares que a gente quer. Ainda somos obrigadas a escutar piadas, assobios... Não ganhamos salários iguais aos homens, não temos as mesmas condições de trabalho que eles têm. Temos uma sobrecarga de trabalho imensa, porque somos as primeiras que acordamos e as últimas que dormimos. Cuidamos dos doentes, dos deficientes e a sociedade não reconhece isso. Então, é falso esse discurso e por isso o 8 de março é dia de luta para as mulheres. Costumo dizer que não me dê flores nem bombons no 8 de março. Quero respeito e igualdade. Esse é o melhor presente que a sociedade ou o homem pode dar à mulher: é respeito e igualdade. Porque, na verdade, o 8 de março é para lutar por isso. Como não temos essa igualdade nem esse respeito, seguimos militando para que isso aconteça. A rua é a nossa grande arena de batalha.

Já que a senhora falou em violência, essa reforma da Previdência seria um tipo?
A reforma da Previdência é ruim para todo mundo e, principalmente, para as mulheres.  É uma violência institucional. É um absurdo o que está sendo feito. Não é possível... Mas isso é fruto de um governo golpista, que desrespeita mulheres e a classe trabalhadora. Então vamos cobrar dos deputados federais e dos senadores para que isso Não seja aprovado porque é uma perversidade, especialmente para as mulheres e para os nordestinos.

A senhora está no primeiro mandato e foi indicada para liderar a oposição...
Nosso mandato vai ser responsável e nem faremos oposição irresponsável. Muito pelo contrário. E com a liderança também. Fiquei muito honrada com a liderança. Podem esperar muito respeito com o companheiro de liderança (do Governo), que é Alex Moacir, uma pessoa agradável, respeitosa e que tem o mesmo tratamento comigo. A sessão de ontem (terça-feira) foi uma demonstração do que vai ser a legislatura, com debates fortes, mas com respeito e muita cordialidade, que é o que um parlamento tem que apresentar para a sociedade. Esperem do mandato de Isolda muito trabalho e muita mobilização, coerência e transparência. E com a liderança, farei isso – nunca fui liderança de bancada, aprendendo com os companheiros.

Muito se fala em ética e respeito na sociedade...
Eu sou socióloga e isso é importante. Por isso que a reforma do Ensino Médio, ainda bem, que ficou a Sociologia como obrigatoriedade. Na verdade, acho que a escola é grande instrumento de promoção de ética e de transparência, mas os parlamentos também são. Os políticos têm que dar exemplos. Não é virtude ser ético e transparente. É obrigação do político. Então, as escolas podem ensinar, mas as Câmaras Municipais e o poder Executivo têm obrigação de fazer isso para dar exemplo á sociedade.




Nenhum comentário: