Prefeitura Municipal de Assú

sábado, 18 de junho de 2016

Tião da Prest: "em Mossoró vivemos um desencanto"

Sequenciando a série de entrevista com pré-candidatos à Prefeitura de Mossoró, o blog publica hoje uma conversa com o empresário Sebastião Couto, conhecido como Tião da Prest ou Tião Couto. No bate-papo, ele se apresenta e fala sobre o que o levou a entrar na política. Ele disse se sentir desafiado e encara seu atual momento como algo a ser vencido, independente de resultados. “É um desafio para mim estar na linha de frente de uma campanha como pré-candidato”, afirmou. Nesta entrevista, Tião afirma que, em outras palavras, não se acha “estranho no ninho”, em virtude de ser fora do eixo da política tradicional e diz que Mossoró sempre deu oportunidade às pessoas que queiram contribuir com o seu desenvolvimento. Leia a conversa abaixo:

Quem é Tião Couto?
Um sonhador que busca realizar seus sonhos. Quando criança, corria nas Cajazeiras, ali pertinho das Barrocas, onde nasci, e sonhava em ajudar meus pais. Estudava numa escola distante oito quilômetros de casa, ia a pé, e trabalhava; tomava banho, pescava e bebia água do Rio Mossoró, ainda não poluído. Fui encanador, meu primeiro emprego. Trabalhei no serviço público, a CPRM, perfurando poços. Depois, abri meu próprio negócio na área. Hoje, após anos e anos de muita luta, tenho negócios em algumas áreas e emprego 1.200 pessoas, o que é uma alegria para mim em ajudar minha cidade e meus conterrâneos. Sigo sonhando e querendo mais para Mossoró.

O que o levou a pensar em entrar na política?
Certo dia, conversando com um grupo de amigos, observando que Mossoró estava mergulhada numa crise financeira e a administrativa, frustrada com seus governantes, decidimos que a gente podia colaborar mais com a cidade oferecendo o nosso nome como opção política. Nós já votamos e ajudamos aos políticos, porque não ampliar essa participação? A gente amadureceu a ideia e formamos o Mossoró Melhor, que cresceu, recebeu pessoas de todas as categorias, do professor a dona de casa, fomos para os bairros conversar e ouvir sugestões e o meu nome foi escolhido para representar esse sentimento de que é hora de mudar o sistema político atual, cheio de maus exemplos. Nada temos contra os políticos e os partidos, nem rejeitamos nenhum, mas é preciso uma união para mudar essa forma de fazer política e, principalmente, de governar.

O senhor, em campanhas anteriores, apoiou diretamente ou indiretamente algum grupo político? Espera que haja retorno agora?
Digo que colaboramos com amigos, principalmente com o voto. Jamais negamos colaboração e não colocávamos preferências. Para se ter uma ideia de meu desprendimento, nunca havia me filiado a qualquer partido político, antes dessa minha filiação em 3 de março último. Fiz sem vincular benefícios ou retorno. Esse momento é novo para mim, jamais me vi articulando apoio político ou conversando em nível de decisão como estamos agora. É como uma nova fase da nossa caminhada estivesse começando.

Na qualidade de pré-candidato, o senhor tem participado de alguns eventos e reuniões. Como está o trabalho de se mostrar ao eleitor?
É um desafio para mim estar na linha de frente de uma campanha como pré-candidato. Conheço as pessoas, me identifico com elas, entro nas casas, conheço as necessidades de cada um, de cada recanto da cidade, até porque minhas origens não foram esquecidas. Saber ouvir, debater cada assunto, apresentar propostas e construir uma conversa que redunde numa relação confiança são bons requisitos de campanha que temos aplicado. As pessoas estão entendendo esse jeito diferente de fazer política. Estamos gostando, fazendo com prazer cada compromisso da agenda proposta. Além disso, temos nos reencontrado com amigos de infância, de escola... Andanças por Mossoró, conhecendo cada problema, oferecendo uma solução possível de promover.

O senhor acha que Mossoró tem espaço para uma candidatura fora do eixo da política tradicional?
Mossoró sempre deu oportunidade às pessoas. O fato de ter sucesso ou não advém de outros fatores. Percebemos que, atualmente, as pessoas estão desencantadas com os políticos e querendo apoiar projetos que mudem o sistema político e a forma de administrar o município. Os escândalos de corrupção e a falta de gestão para responder às demandas sociais, cada vez mais crescentes estão tirando dos políticos a sua representatividade popular, e o povo de nossa cidade tem nos dito isso. Há espaço. Há sentimento. Precisamos oferecer um Plano de Gestão que gere confiança às pessoas, e isto estamos fazendo.

Fala-se que seu companheiro de chapa será o também empresário Jorge do Rosário. Existe definição em relação a composição de chapa?
Esse assunto ainda não constou da pauta dos entendimentos políticos. Sequer ventilamos essa escolha agora. Temos conversado com os partidos sobre alianças e essa questão tem sido deixada para discussão posterior. Jorge é um grande quadro, conhece bem Mossoró, tem vontade de ajudar a Mossoró superar essa crise, como temos muitos outros bons nomes, com o mesmo perfil e dispostos a estar na chapa nos ajudando nessa caminhada.

Como o senhor espera trabalhar a questão da chapa proporcional? Qual a meta do PSDB para a Câmara Municipal?
Os partidos que integram o Mossoró Melhor estão conversando sobre essas coligações, vendo como faremos cada uma delas, para tirarmos melhor proveito dos votos dos nossos candidatos e assim elegermos uma maior bancada. O PSDB tem dois vereadores, Tassyo Mardony e Vingt-un Neto, e queremos não só reeleger, e sim aumentar nossa representação.

Com base na sua experiência empreendedora, o que poderia ser feito em Mossoró. Alguma ação específica que possa ser exposta agora e defendida na campanha?
É preciso criar um ambiente favorável para o investimento: atrair empresas, qualificar mão-de-obra, ter políticas públicas que favoreçam boa estrutura física e fiscal, bem a prefeitura deve fomentar programas de pequenos negócios, além dela mesma fazer investimentos na infraestrutura municipal. Temos de gerar expectativa positiva no meio empresarial, reorganizar as incubadoras de empresas existentes, dar apoio as empresas locais que geralmente são esquecidas, rever a burocracia para a redução de barreiras legais para a criação de empresas, simplificar os códigos fiscais e sistemas de pagamento e dar maior atenção a composição dos editais de concorrência.  A cidade deve estar pronta para ser o vetor maior do progresso.

Como o senhor avalia o atual momento da política brasileira?
Preocupante. A nossa Democracia está amadurecendo e queremos que ela resista à crise política que estamos passando, envolvendo nomes de relevo da República, tanto no plano executivo quanto no legislativo. Creio que seja um momento de depuração e retomada de valores mais nobres como a ética e fortalecimento partidário. E que após essa fase a gente esteja mais forte e que mudemos esse sistema que está corroído por corrupção e interesses pessoais. Em Mossoró vivemos um desencanto. O eleitor não confia mais nos políticos. As apostas de mudanças propostas ao eleitor não deram o resultado desejado por nós. Isso gera esse sentimento de que é hora de apostar numa gestão transparente, moderna e eficiente.

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