Um
soro. Uma mulher. Um chão. Um hospital. Uma morte. Ao unir estas palavras, o
resultado é um só: indignação. O caos no Hospital Regional Tarcísio Maia
(HRTM), mantido pelo Governo do Estado, reflete o abandono a que é submetido o
cidadão que paga seus impostos para garantir, ao menos, o mínimo de política pública
que consta da Constituição Federal: direito à saúde
Infelizmente tal direito não
se concretiza. O Artigo 5º da CF vem sendo desrespeitado continuamente e o
resultado não poderia ser outro, que não seja a matança por omissão do poder público.
A morte de uma senhora, ocorrida no HRTM, quando estava
tomando soro e não resistiu a um infarto, merece reflexão. E profunda.
Por
falta de investimento e de atenção, o mínimo que fosse, uma cidadã morreu no chão.
Por falta de leitos. Por falta de zelo. Por falta de tanta coisa que não seria
possível enumerar em um momento de completa indignação. O fato leva à conclusão
de que os cidadãos, principalmente os que necessitam da atenção do poder público,
estão entregues ao mais completo abandono.
O
sistema de saúde pública potiguar vive seus piores momentos. Principalmente na
segunda maior cidade do Rio Grande do Norte. E quando se fala em saúde pública,
não se entenda como sendo algo gratuito, pois não é. Os serviços que deveriam
ser ofertados pelos governos são pagos. O Sistema Único de Saúde é bancado por todos
os cidadãos. E se tal serviço é custeado, o mínimo, pelo menos, deveria estar ocorrendo.
Mas não é o que acontece.
Uma
senhora de 74 anos morta no chão do Hospital Tarcísio Maia, de referência
regional, reflete bem o caos. Uma vida que deveria ter sido poupada se a saúde
estivesse funcionando. Até quando o cidadão vai pagar, até com a própria vida,
a falta de planejamento e de prioridades?
As
respostas, ao que se mostra a realidade, não virão. Governos, todos, seguem
aumentando gastos. Apesar da crise. E remete à afirmação de que a dificuldade
financeira seria apenas uma desculpa para que os serviços básicos, que são
pagos pelos contribuintes, continuem seguindo a ordem “desnatural” das coisas.
Ou seja: em vez de melhorarem, regridem e proporcionam, cada vez mais, uma situação
de caos, abandono e de morte.
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