Prefeitura Municipal de Assú

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Para que tanta atenção da PMM à empresa Ocimar?

Mossoró, com toda a força da expressão, quer ser um "país". Quer anular o direito de ir e vir das pessoas e, consequentemente, obrigar que todas as pessoas que moram em outras cidades e que vêm fazer suas compras ou consultas médicas por aqui utilizem o transporte público: os "novos" ônibus que passaram a explorar o serviço de transporte coletivo na cidade. Qual o interesse da Prefeitura de Mossoró em fazer, custe o que custar, com que a empresa Ocimar tenha lucro? Não basta o subsídio concedido pelo Executivo mossoroense? Por quais motivos tanta "gordura" financeira a se destinar para tal empresa? Por quais motivos o prefeito Silveira Júnior não manteve a Sideral no transporte local? 

Tudo isso por causa da intransigência adotada pela Prefeitura de Mossoró. E ninguém da Prefeitura está visando o lucro do comércio mossoroense. Todos os olhos se voltam aos cofres da empresa de transporte público. Por quais motivos?

A repercussão negativa relacionada à medida adotada pelo prefeito Silveira Júnior é grande. E foge dos parâmetros municipais. Se ele tinha a pretensão de voar mais alto, politicamente, começou muito mal. Afinal, a proibição relacionada aos taxis intermunicipais reflete fora do "país de Mossoró". Onde ainda vigora uma lei maior e que não visa garantir direitos financeiros para apenas uma empresa.

E para piorar a situação, temos uma Câmara Municipal que está totalmente omissa diante dos problemas criados pela decisão do prefeito mossoroense. Será que os vereadores não perceberam que a medida tomada pela PMM está prejudicando não apenas um setor? Será que a empresa Ocimar vai apresentar alguma garantia financeira aos comerciantes?


terça-feira, 18 de agosto de 2015

Francisco José é condenado a pagar multa de R$ 60 mil

Lembram daquele velho ditado popular: "além da queda, o coice"? Pois bem...

O ex-deputado estadual Francisco José, que foi teve candidatura à Assembleia Legislativa barrada pela Justiça Eleitoral em virtude de falhas na sua filiação partidária ao PROS, vai ter que desembolsar exatos R$ 60 mil. O dinheiro deve ser creditado ao Tesouro Nacional.

Tudo porque o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) detectou falhas na prestação de contas apresentadas pelo pai do prefeito de Mossoró. E estas são várias:  ausência de extrato bancário,  ausência da cópia de abertura de conta, falta de documentos fiscais e correspondentes às despesas e falta de comprovação de despesas.

Além disso, recibo eleitoral apresentado como doação de campanha não tem assinatura do doador. Algo que seria anônimo e a Justiça Eleitoral ainda não liberou doação apócrifa.

E o resultado foi que as contas do ex-candidato a deputado estadual foram totalmente rejeitadas, resultado em condenação ao pagamento de multa. A decisão foi do relator, juiz Luis Gustavo Alves Smith.


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Quem deve ser responsabilizado?

Um soro. Uma mulher. Um chão. Um hospital. Uma morte. Ao unir estas palavras, o resultado é um só: indignação. O caos no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), mantido pelo Governo do Estado, reflete o abandono a que é submetido o cidadão que paga seus impostos para garantir, ao menos, o mínimo de política pública que consta da Constituição Federal: direito à saúde

 Infelizmente tal direito não se concretiza. O Artigo 5º da CF vem sendo desrespeitado continuamente e o resultado não poderia ser outro, que não seja a matança por omissão do poder público. A morte de uma senhora, ocorrida no HRTM, quando estava tomando soro e não resistiu a um infarto, merece reflexão. E profunda.

Por falta de investimento e de atenção, o mínimo que fosse, uma cidadã morreu no chão. Por falta de leitos. Por falta de zelo. Por falta de tanta coisa que não seria possível enumerar em um momento de completa indignação. O fato leva à conclusão de que os cidadãos, principalmente os que necessitam da atenção do poder público, estão entregues ao mais completo abandono.

O sistema de saúde pública potiguar vive seus piores momentos. Principalmente na segunda maior cidade do Rio Grande do Norte. E quando se fala em saúde pública, não se entenda como sendo algo gratuito, pois não é. Os serviços que deveriam ser ofertados pelos governos são pagos. O Sistema Único de Saúde é bancado por todos os cidadãos. E se tal serviço é custeado, o mínimo, pelo menos, deveria estar ocorrendo. Mas não é o que acontece.

Uma senhora de 74 anos morta no chão do Hospital Tarcísio Maia, de referência regional, reflete bem o caos. Uma vida que deveria ter sido poupada se a saúde estivesse funcionando. Até quando o cidadão vai pagar, até com a própria vida, a falta de planejamento e de prioridades?

Para os que governam, a culpa é da crise. Mas quando pessoas morrem em um local que deveria preservar a vida e por falta de estrutura básica, refletir é necessário. E perguntar também: por quais motivos não se corta gastos excessivos? Por quais motivos não se reduz salários de presidente, governador, prefeitos e secretários, bem como de senadores, deputados federais e estaduais? Não seria a hora de enxugar a máquina pública? O número de cargos em comissão é verdadeiramente necessário?


As respostas, ao que se mostra a realidade, não virão. Governos, todos, seguem aumentando gastos. Apesar da crise. E remete à afirmação de que a dificuldade financeira seria apenas uma desculpa para que os serviços básicos, que são pagos pelos contribuintes, continuem seguindo a ordem “desnatural” das coisas. Ou seja: em vez de melhorarem, regridem e proporcionam, cada vez mais, uma situação de caos, abandono e de morte. 

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Servidores públicos de Mossoró, atentai-vos

Servidores públicos municipais de Mossoró, atentai-vos: o fantasma do atraso de pagamento começa a rondar o Palácio da Resistência. Em verdade, o próprio prefeito Silveira Júnior (PSD), afinou o discurso. Respondendo às perguntas enviadas pelo blog (ver postagem abaixo), Silveira não fez mistério sobre isso: "a crise financeira coloca em risco a folha de pagamento de todos os municípios do Brasil, como também dos Estados. Rio Grande do Sul e Sergipe, por exemplo, já atrasaram pagamentos, sem falar em vários municípios de estados importantes como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais."

Como se diz por aí: para bom entendedor... É bom que se diga que não é de hoje que o temor do atraso salarial está perto da Prefeitura de Mossoró. Servidores terceirizados já enfrentam o problema. Dias passados uma mulher ligou para uma emissora de rádio da cidade para informar que trabalhava em determinada empresa que presta serviços à PMM e está há três meses sem ver a cor do dinheiro.

Com o discurso da crise e que vários Estados e municípios brasileiros atrasaram pagamento de servidores, mais dia menos dia pode ser que o prefeito resolva passar tal informação aos trabalhadores públicos e dizer o que já se especula há algum tempo.

A crise que a Prefeitura de Mossoró passa não é de hoje. A então prefeita Cláudia Regina (DEM) afirmou, em 2013, que a receita estava em queda vertiginosa e que a Prefeitura teria que se adequar à nova realidade. E quem puder conferir, basta procurar no youtube um pronunciamento feito por ela à época. Cláudia não conseguiu seu objetivo, pois foi afastada do cargo. E não se viu andamento das medidas adotadas por ela.

O prefeito Silveira Júnior até chegou a anunciar algumas ações. Mas estas caíram por terra na medida em que se reajustou salários de prefeito, vice-prefeito, secretários e adjuntos, bem como se criou cargos para atender "demanda administrativa". Nem mesmo os aluguéis de veículos baixou. Até porque se teve licitação para aluguel de 250 carros. Em vez dos gastos caírem, aumentaram.

Daí se tem hoje uma crise que ameaça a tudo e a todos. Até quem ganha salário bem inferior ao prefeito.

Alguma cidade brasileira já reduziu salário de vereadores. Eles queriam aumentá-lo. Mas a população protestou e eles foram obrigados a reduzirem seus ganhos para 900 e poucos reais. De R$ 3.500,00 para pouco mais de R$ 900,00.

Bem que poderia existir tal protesto em Mossoró. Em vez de falar em crise, o salário do prefeito, vice, secretários e adjuntos poderiam ser reduzidos. E o Sindiserpum já expôs tal ideia. Mas entrou em um ouvido e saiu no outro. De vereadores, prefeito e vice-prefeito.


sexta-feira, 7 de agosto de 2015

'Se tivermos apoio, porque não enfrentar?'

Diante das especulações acerca de suposta crise política envolvendo o prefeito Silveira Júnior (PSD) e o vice-prefeito Luiz Carlos (PT), bem como da movimentação que se faz acerca de rotas estabelecidas para taxistas intermunicipais, bem como da crise econômica que poderia inviabilizar a folha de pagamento dos servidores de Mossoró, o blog enviou algumas perguntas ao prefeito, cujas respostas seguem abaixo. Silveira descarta, por exemplo, animosidade entre ele e Luiz Carlos e afirma que não existem problemas envolvendo o seu partido e o PT municipal. Com relação às rotas, o prefeito diz que a medida não causará problemas. Leia abaixo:

Existe alguma animosidade política envolvendo o senhor e o vice-prefeito Luiz Carlos?

De maneira nenhuma. Sempre nos demos bem, desde a época da Câmara. Respeito e tenho muita admiração por Luiz Carlos. Não tenho nenhum problema com ele, nunca tive e nem estou tendo agora.

Por quais motivos o senhor determinou a validação da rota para taxis intermunicipais poucos dias depois do vice-prefeito ter suspendido e orientado para que se discutisse mais o tema?

Quero deixar claro que não se trata de perseguição, como têm dito por aí, e muito menos tenho intuito de prejudicar ninguém. Como prefeito de Mossoró, tenho obrigação de fazer o melhor por nossa cidade. Temos uma secretaria de Mobilidade Urbana, composta de técnicos e engenheiros que realizam pesquisas e, através desse trabalho, sabe o que é importante para o nosso trânsito. Então, essa equipe chegou a um entendimento que, para garantir o transporte coletivo eficiente que não sofra descontinuidade, temos de tomar algumas medidas e uma delas é a realocação dos taxis intermunicipais. Esclareço que eles não estão proibidos de trazer seus passageiros para Mossoró, mas precisarão seguir algumas regras. Tivemos reunião com ACIM, CDL, Sindvarejo, Câmara Municipal e outras entidades e chegamos a um entendimento que os taxistas desembarcam seus passageiros no centro da cidade (no caso aqui próximo da Estação das Artes) e depois vão para lugares fixos que ficam próximo a Feira do Bode e Aeroporto, esperar lotação para voltar. Esta medida favorece o taxista de Mossoró, o mototaxista, bem como o ônibus que é o transporte mais democrático em atividade e que tem o respaldo de 85%. Isso garante mais renda e ajuda na manutenção dos nossos empregos, bem como gera receita para Mossoró, ajudando ao comércio e diversos outros setores.

O senhor não teme que consumidores de outras cidades deixem de vir a Mossoró e prejudique a economia?

A pessoa de outro município que vem a Mossoró para uma consulta médica ou para pesquisar melhores preços no comércio não deixará de vir por causa de uma passagem de R$ 2 no ônibus. Sem falar que eles desembarcarão no centro, próximo dos principais pontos visitados e de terminais de ônibus que os levam para qualquer parte da cidade.

A crise financeira põe em risco o pagamento da folha de pessoal?

Veja bem, a crise financeira coloca em risco a folha de pagamento de todos os municípios do Brasil, como também dos Estados. Rio Grande do Sul e Sergipe, por exemplo, já atrasaram pagamentos, sem falar em vários municípios de estados importantes como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Em Brasília, durante a Marcha Permanente dos Municípios, me disseram que mais de mil municípios estão com a folha de pagamento atrasada. Então, é lógico que a crise coloca em risco qualquer estabilidade. Em Mossoró, por exemplo, nós estamos perdemos R$ 5 milhões por mês, mas ainda estamos mantendo a folha em dia. Já fizermos os ajustes necessários e com isso estamos conseguindo evitar os atrasos, mas, por exemplo, se atendêssemos ao pleito da greve como eles querem, iríamos inviabilizar o pagamento da folha, por isso não tivemos como atender o que o Sindicato vem pedindo.

Especula-se que exista insatisfação de uma ala do PT com a sua administração. O senhor tem encontrado dificuldades no relacionamento político com o PT?

Temos uma ótima relação com o PT a nível federal, onde nosso presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, é ministro da presidenta Dilma. Aqui no Estado, tenho amizade pessoal com a senadora Fátima Bezerra que é uma companheira de todas as horas. Temos bom relação também com o deputado Mineiro que é aliado do governo Robinson e aqui no município não é diferente: temos o vice-prefeito, temos quatro secretários e um bom relacionamento. Agora, o PT é dividido em algumas correntes e posso garantir que a maioria dessas correntes está caminhando com a gente, nos ajudando a trabalhar por Mossoró. Tivemos uma reunião com o Diretório, comandada pelo presidente Nelson Gregório, fizemos uma prestação de contas, explicamos as dificuldades, mostramos o que temos para o futuro e tivemos a palavra deles que continuaremos unidos. Então estou tranquilo e acredito que nossa parceria com o PT tende a se fortalecer cada vez mais.

Quais suas pretensões para as eleições de 2016?

As eleições de 2016 ainda estão muito longe. Estamos preocupados em atravessar e vencer esta crise. Estamos focados na administração. Lançamos agora um fórum de discussão dos problemas da cidade, escutando todas as categorias, no sentido de pensar Mossoró agora e no futuro. Sobre a política, nosso jurídico está atento com relação a minha situação, fazendo todas as consultas neste sentido e mostrando que podemos sim ser candidatos, mas isso faz parte de um processo natural de qualquer político. No geral, não estamos preocupados com essa questão de eleição. Todo prefeito teve quatro anos para administrar, eu terei um ano a menos e ainda enfrentando uma das maiores crises do país. Então é difícil você conseguir colocar em prática tudo o que deseja, almeja ou planejou em um período de crise e com apenas três anos. Contudo, se tivermos condições jurídicas e o apoio dos partidos, dos vereadores, dos líderes comunitários e do povo, por que não enfrentar? Mas agora, o momento é de trabalhar pela cidade e ajudar na luta diária do municipalismo.


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

‘Estou à disposição do partido para ser candidato'

Dez dias. Tempo curto para se imprimir uma marca na gestão pública. E para um interino, curtíssimo. Afinal, que assumem cargo do titular, apenas guarda a cadeira esperando o retorno, conforme reza a cartilha político-administrativa. Em Mossoró, porém, o vice-prefeito Luiz Carlos Mendonça Martins (PT) conseguiu ir além da simples missão de “vigiar” o Palácio enquanto o titular curtia dez dias de férias. Com seu jeito simples, educado, de fala mansa, o vice transformou o exercício de prefeito de pouco mais de uma semana em outdoor que pode elevar o seu nome à sucessão municipal de 2016.
Um dia antes de concluir a sua interinidade, Luiz Carlos tomou o “Cafezinho com César Santos”, no gabinete de trabalho do JORNAL DE FATO. Falou, desprovido de qualquer vaidade, que conseguiu cumprir a sua missão de forma satisfatória, admitindo a boa repercussão popular. Admitiu que pegou algumas “cascas de banana”, mas preferiu entender que foi apenas coincidência, uma vez que o prefeito Silveira Júnior (PSD) já vinha dando encaminhamento. E quando solicitado para dizer se pretende disputar o cargo de prefeito nas eleições de 2016, ele resume, afirmando que, por ser homem de partido, o seu nome estará sempre à disposição do partido.

JORNAL DE FATO – Foram dez dias de exercício no cargo de prefeito de Mossoró. Tempo curto, mas o senhor conseguiu desenvolver uma pauta que chamou a atenção, sob o ponto de vista político-administrativo. Qual é a sua avaliação?
LUIZ CARLOS – Nós pegamos uma pauta que o titular já vinha encaminhando, e nesse curto espaço de tempo procuramos cumprir com muita responsabilidade. Demos o encaminhamento de cada tema de forma responsável, equilibrada e, acima de tudo, com espírito público. Esse foi o nosso único propósito. Então, acho que cumprimos bem a nossa tarefa.

QUAL o ponto que o senhor julga mais importante nesse período de interinidade?
PENSO que alguns pontos foram importantes, principalmente pelo encaminhamento dado. A questão dos camelôs teve um zelo especial de nossa parte. Chamamos os representantes dos pequenos comerciantes para dialogar com a comissão formada pelo Executivo para tratar o assunto. Elaboramos uma proposta que já foi entregue ao Ministério Público e, certamente, abrirá uma nova possibilidade de o problema ser solucionado sem criar prejuízo aos camelôs. Outras questões importantes tratamos com muita responsabilidade, como a atividade dos transportes intermunicipais, a greve dos servidores da saúde e a criação do Grupo de Trabalho do Orçamento Democrático, que já empossamos. Acho que esses pontos foram bem favoráveis.

A QUESTÃO dos camelôs, quais encaminhamentos foram dados por sua gestão?
DEFENDEMOS uma localização definitiva para os pequenos comerciantes que estão desenvolvendo as suas atividades nas ruas do centro da cidade. Antes, observamos que a ação pela retirada dos camelôs não havia a necessidade de ser imediata, uma vez que a reclamação principal é pela desobstrução das calçadas. Esse ponto ficou bem claro; daí, a responsabilidade do Executivo de encontrar o local ideal para instalar os camelôs. Então, os encaminhamentos foram feitos, de forma clara, transparente e com muita responsabilidade, dentro de nossas limitações, mas que foram entendidas pelas partes envolvidas e interessadas.

O SENHOR, em dez dias, se reuniu com o comando de greve dos servidores públicos duas vezes. Não solucionou o impasse, a greve continua, mas o senhor acredita que estabeleceu uma nova forma de diálogo entre o Executivo e o servidor público?
NÓS recebemos a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SINDISERPUM), que está coordenando a greve do pessoal da saúde que já dura mais de sessenta dias, para exatamente estabelecer o diálogo. Antes, fizemos visita ao próprio sindicato. Na abertura de diálogo, reafirmei o apoio ao movimento, e como prefeito, mesmo em exercício, sugeri o entendimento. Na audiência, com a presença do Ministério Público e a OAB, representando a sociedade civil, elaboramos uma proposta responsável, levando em consideração a queda de receita do Município. Houve avanço, mas não o suficiente para encerrar a greve.

POR quê?
É DE conhecimento de todos que na greve de 2014 foi estabelecida uma negociação, com aprovação das partes envolvidas. Os itens negociados foram cumpridos até o mês de março de 2015, mas infelizmente a partir de abril, o Executivo não teve como cumprir os demais itens da pauta, devido o agravamento da crise financeira, e por conta disso, os servidores da saúde decretaram a nova greve. Então, existem pontos que precisam ser vistos e que a categoria não encerrará a greve se não houver uma negociação. Como prefeito em exercício, não poderia ir mais além.

QUANDO o prefeito Silveira Júnior saiu de férias, transferiu para o senhor, além do cargo, uma pauta polêmica, cheia do que chamamos de “armadilhas”. O senhor foi para testar a sua capacidade administrativa ou foi apenas uma coincidência?
ACREDITO mais que foi uma coincidência. Na gestão pública como um todo, o gestor não pode e não tem como se programar para o que pode acontecer, como uma greve, por exemplo. Então, estou muito tranquilo em relação a isso, até porque conseguimos realizar a nossa missão de forma satisfatória.

O SENHOR suspendeu a decisão do prefeito Silveira de determinar dois pontos de estacionamento para os transportes intermunicipais e uma rígida fiscalização, o que vinha gerando muita polêmica. A decisão do titular, derrubada pelo interino, não expõe divergência entre os dois?
NÓS suspendemos a operação para evitar um atrito maior da categoria com o Executivo e, também, incluir os maiores afetados na mesa de negociação. Entendemos que não poderíamos deixar acontecer uma mudança que geraria prejuízos, no nosso ponto de vista, inclusive para a economia da cidade. Fizemos a suspensão temporária, sem nenhum sentimento outro que não fosse para buscar a melhor solução.

COM a criação e posse do Grupo de Trabalho do Orçamento Democrático, em apenas dez dias de gestão, pode ser dito que o senhor imprimiu a sua marca?
NÃO vejo por esse lado, de criar uma marca, mas sim pela importância de permitir a participação popular, com toda a sociedade representada, na elaboração do orçamento municipal. Quero dizer que o que instituímos, no caso o Grupo de Trabalho do Orçamento Democrático, está contemplado na reforma administrativa, e nós no período da interinidade achamos por bem deixar esse legado para a gestão municipal. É uma contribuição para o município, que de forma ampla terá a sua participação no orçamento, através de representantes do Executivo, Legislativo, Central Única dos Trabalhadores, Ministério Público, OAB e comunidade acadêmica, através do Instituto Técnico Federal do RN. Então, nós fomos apenas proativos para deixar esse legado à gestão pública municipal.

NA POSSE do GT do Orçamento Democrático, nenhum vereador da bancada governista esteve presente. Os vereadores da oposição disseram que não foram convidados pela Prefeitura. Esse cenário de esvaziamento da solenidade foi uma forma de o Palácio diminuir a importância do ato ou o senhor também acredita que foi outra coincidência?
NATURALMENTE, eu não tenho uma bola de cristal; logo, não posso responder. Mas, quero dizer que a Câmara Municipal foi convidada oficialmente, porque nós fizemos o convite ao presidente Jório Nogueira (PSD). Se não participou, como de fato não participou mesmo, eu desconheço os motivos. Também não posso aqui fazer nenhum juízo de valor.

NÃO resta qualquer dúvida que a interinidade de dez dias repercutiu de forma positiva na cidade. As pessoas reagiram com aprovação. Essa repercussão favorável possibilita o senhor sonhar com a candidatura a prefeito em 2016?
O MEU partido faz parte de uma aliança nacional com o PSD, que é o partido do prefeito. Isso é fato. Claro que o nosso desejo é que essa aliança seja fortalecida. Agora, como homem de partido, e o PT é um partido democrático e com uma discussão interna profunda, respeito qualquer decisão. O PT, naturalmente, vai fazer o seu debate com relação às eleições do próximo ano, e caberá ao partido tomar a decisão. Então, é prematuro falar como será 2016 agora.

MAS o senhor vai colocar o seu nome à disposição para disputar a Prefeitura?
NO MOMENTO oportuno, vamos analisar essa possibilidade. Tudo a seu tempo. Se a gente fizer um resgate do que foi o processo da eleição suplementar, que a nossa chapa (Silveira/Luiz Carlos) saiu vitoriosa, vai ver que ocorreu uma série de mudanças inesperadas. Houve a cassação da prefeita eleita em 2012 (Cláudia Regina) e mais uma série de situações que possibilitaram o PT abrir discussão e definir a aliança que contribuiu com a nossa vitória. O nosso nome foi colocado à disposição do partido, como de outros valorosos companheiros, como Crispiniano Neto, Ana Morais, Gilberto Diógenes, Ady Canário e outros mais. Ao final do debate, o meu foi escolhido para ser o candidato a vice-prefeito. Portanto, quero dizer que estou à disposição do partido.

O SENHOR deseja ser candidato a prefeito?
SE REALMENTE essa discussão for aberta, eu colocarei o meu nome à disposição do partido, seja para prefeito ou vereador. Se fizer um resgate da nossa trajetória política, vai ver que eu sempre agi dessa forma, sem interesse pessoal, mas sim coletivo. Foi assim quando fui vereador por três mandatos e agora vice-prefeito. Então, repito, sou homem de partido e, assim, me colocarei à disposição.

NA ÚLTIMA pesquisa de opinião pública, o prefeito Silveira Júnior apareceu com quase 80% de reprovação. Esse é o sentimento das pessoas, segundo a sondagem. Qual a avaliação o senhor faz dessa pesquisa?
NÓS entendemos que na atual conjuntura do País, a grande maioria dos governos, sejam municipais, estaduais ou federal, não está sendo bem avaliada. Existe uma crise financeira e política, em que os gestores estão sendo penalizados. Por isso, creio que esse quadro justifica a avaliação negativa. Mas, acredito que todos esses gestores, a exemplo do prefeito de Mossoró, têm condições de resgatar o terreno perdido e a popularidade.

O SENHOR, como vice-prefeito, foi convocado pelo prefeito para somar esforços no sentido de tirar Mossoró do caos em que se encontra?
NÓS temos sempre nos colocado à disposição para colaborar com a gestão. Estamos prontos para propor encaminhamentos, ideias e propostas a fim de que as coisas possam melhorar ou aprimorar aquilo que não vem dando certo.

PARA concluir, gostaria que o senhor desse uma nota de 0 a 10 para os seus 10 dias de gestão e de 0 a 10 para os 20 meses de gestão de Silveira Júnior.
GOSTARIA de me reservar o direito, até por uma questão de ética, de não emitir uma nota para mim, nem também para a gestão do prefeito titular.

Fonte: Jornal de Fato