O prefeito Francisco José Júnior (PSD), que
será efetivado no cargo no próximo dia 29, pretende alterar o organograma da
Prefeitura Municipal de Mossoró. Dentre as mudanças, o retorno da Chefia de
Gabinete, função extinta durante a gestão da ex-prefeita Cláudia Regina (DEM).
O prefeito entende que se trata de um cargo que não pode deixar de existir. É
que cabe à Chefia de Gabinete a articulação política do governo, bem como
tratar de assuntos meramente internos (como agenda e definir prioridades,
seguindo – obviamente – o plano de governo). Ao blog, Francisco José Júnior
afirmou que as mudanças serão feitas assim que seja empossado. Nesta entrevista
o prefeito discorre sobre a visibilidade que o vice-governador Robinson Faria
(PSD) passa a contar em Mossoró, bem como de como será sua posição às eleições
de outubro vindouro. Confira abaixo:
O senhor já avisou
que fará reforma administrativa, uma espécie de ajuste na nomenclatura. O que
mudará?
Estamos à frente
da Prefeitura desde dezembro de 2013. De lá até aqui, pudemos conhecer bem a
administração e saber que setores precisam ser priorizados e que mudanças são
necessárias para garantir a continuidade dos avanços que temos implantados
desde que assumimos. Entendemos que dois anos e meio é pouco tempo, mas achamos
ser suficiente para implantar um modelo de gestão mais ágil e eficiente. Já
fizemos muito em quatro meses, temos a população como testemunha, mas temos
muito mais ainda por fazer. Nosso lema é trabalho. Portanto, além de mexer com
algumas secretarias, vamos precisar criar novas pastas, que consideramos
essenciais como, por exemplo, desmembrar Esporte da Educação, criando a
Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer. Vamos elevar a nossa Guarda Civil a
Secretaria de Segurança e também transformar a Secretaria de Trânsito em
Secretaria de Mobilidade Urbana, porque pretendemos fazer modificações
importantes nesta área, incluindo um novo sistema de transportes para o
município. Porém, é importante deixar claro que essas mudanças só poderão ser
feitas depois de aprovadas e colocadas no orçamento.
O surgimento da
Secretaria da Mobilidade Urbana é um indicativo de prioridade do setor?
Sim, esta é uma
área que está entre nossas prioridades. A questão da mobilidade urbana em
Mossoró é um problema da modernidade que tem afetado todas as administrações,
não apenas no Brasil. Em Mossoró esta é uma questão que tem gerado muitas
discussões e protestos. Não se resolve isso num passe de mágica, mas temos um
planejamento que vai mudar esta realidade. O nosso projeto é implantar o mesmo
modelo existente hoje na cidade de Curitiba (PR), que é referência no Brasil.
Pretendemos, inclusive, levar nossa equipe lá, para que veja de perto como
funciona. Este modelo permite ao Município subsidiar o transporte coletivo. O
que é que acontece hoje: as empresas cobram do usuário e prestam o serviço. As
empresas arrecadam R$ 290 mil/mês com 17 ônibus fazendo as linhas. Na proposta
que vamos implantar, o Município recebe do usuário do ônibus e subsidia o
transporte público. Com isso, poderemos ampliar a frota para 50 veículos com
custo mensal de R$ 600 mil. Quer dizer: independente da quantidade de
passageiros que transportem, as empresas receberão o valor acordado. Isso
significa que teremos mais linhas, novos destinos e roteiros cumpridos com
pontualidade. Então, como as empresas rodarão mais, terão mais usuários,
portanto, acreditamos que depois de seis meses, elas ganharão autonomia e não
precisarão mais ser subsidiadas, continuando com o compromisso de manter a
mesma qualidade do serviço.
O mesmo pode ser
dito com relação à Secretaria de Segurança? Como ampliar ações e firmar
convênios?
De certa forma,
porque pretendemos manter os convênios em nível estadual. Inclusive estivemos,
na semana passada, com a governadora Rosalba Ciarlini, que nos recebeu em
Natal, para tratarmos de alguns assuntos, entre eles a questão da Segurança
Pública. Ela nos garantiu, logo de início, manter o mesmo efetivo para o
Mossoró Cidade Junina, mesmo o RN sendo uma sede da Copa do Mundo. Portanto,
teremos mais de 100 policiais militares aqui no mês de junho. Ela também
garantiu manter a parceria com relação às BICs (Bases Integradas Cidadãs).
Paralelamente a isso, vamos convocar novos profissionais para a Guarda
Municipal, porque entendemos que as duas unidades são importantíssimas para as
áreas atendidas e para a própria segurança de Mossoró. Sem falar que nossa
proposta é abrir outras duas bases. Ainda com Rosalba, propomos uma parceria
para transferir o 12º Batalhão de Polícia Militar, que hoje funciona na BR-304,
saída para Natal, para a base policial que está desativada no bairro Vingt
Rosado. A Prefeitura se compromete em realizar a reforma do prédio, com
recursos próprios, cabendo ao Estado apenas a transferência dos policiais.
Acreditamos que com esta medida, o Batalhão estará mais próximo da população e
estrategicamente localizado. Além disso, no próximo dia 20 estaremos em
Brasília para acelerar o processo de inclusão de Mossoró no projeto Brasil Mais
Seguro, que permite ao município receber viaturas, equipamentos e até recursos
para outros investimentos.
A articulação
política de toda prefeitura é feita pela Chefia de Gabinete, que foi extinta.
Como será essa ação?
Esta é uma boa
pergunta, porque entre as mudanças que pretendemos fazer a partir do próximo
mês, depois de sermos empossados como prefeito e vice-prefeito eleitos de
Mossoró, está a criação da Chefia de Gabinete. Ainda não tivemos tempo de
discutir o formato. No entanto, acho de extrema necessidade porque facilita e
agiliza a agenda administrativa, descentralizando muitas coisas. Hoje tenho
grande dificuldade de me ausentar de Mossoró porque não tenho um vice para me
substituir. A partir do dia 29, além do nosso vice, professor Luiz Carlos,
pretendo ter também um chefe de Gabinete, de modo que quando precisar viajar em
busca de recursos e melhorias para nossa cidade, saberei que a cidade estará em
boas mãos.
O fato de o senhor
ter vencido a disputa na eleição suplementar, e por ser filiado ao PSD, abre um
olhar diferenciado sobre o vice-governador Robinson Faria. Ele passaria a
contar com uma visibilidade onde menos esperaria?
Acredito que sim.
O vice-governador Robinson Faria ganhou uma grande visibilidade aqui em
Mossoró. Se diziam que ele não era conhecido, no final da campanha ele já era
recepcionado com abraços, aplausos e tinha muita gente vibrando em torno de seu
nome. A nossa vitória, que teve a sua participação efetiva, lhe deu o fôlego
que ele precisava.
Como ficará a sua
posição com relação a apoio aos candidatos proporcionais nas eleições de
outubro? Já é possível vislumbrar um desenho da definição?
Havendo a
confirmação das pré-candidaturas, nós mantemos o que estamos dizendo desde o
início: apoiaremos o deputado Leonardo Nogueira para a Assembleia Legislativa e
o deputado Fábio Faria para a Câmara Federal. Esta é uma questão que estava
definida desde o início. Do mesmo modo, temos atenção com a pré-candidatura da
deputada Fátima Bezerra para o Senado.
O senhor conta com
maioria na Câmara Municipal. Em tese, não terá dificuldades na relação com o
Legislativo...
Nunca tive
dificuldade com o Legislativo. Sempre recebemos os vereadores que ajudam muito
ao nosso município e continuaremos assim. Antes da campanha, nós conseguimos o
feito histórico de conquistar o apoio de 18 dos 21 vereadores para a nossa
gestão. Durante a campanha, 15 deles continuaram nos apoiando, mostrando que
nossa relação sempre foi positiva, desde quando eu estava na presidência da
Câmara. Agora, no que depender de mim, essa boa relação continuará durante toda
a nossa gestão, não apenas com quem nos apoia, mas com os 21 legisladores que,
como eu, têm a responsabilidade de pensar o desenvolvimento de Mossoró.
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