Teoria e prática,
definitivamente, não caminham juntas na política do Rio Grande do Norte. É o
que se constata com as recentes afirmações e movimentações de algumas
lideranças potiguares. E é também o que se percebe claramente nas frases
externas e atos internos do presidente da Câmara Federal, deputado Henrique
Eduardo Alves – que comanda o PMDB do RN. Henrique tem dito à imprensa que 2014
será discutido em 2014.
Longe dos flashes das máquinas fotográficas e dos
gravadores, a postura dele é totalmente contrária ao que diz. Uma prova desta
afirmação diz respeito à decisão tomada ontem, envolvendo Henrique Alves e o
deputado federal Fábio Faria (PSD), em Brasília: PMDB e PSD caminharão juntos
na chapa proporcional, na qual se enquadram candidatos à Câmara Federal e à
Assembleia Legislativa.
“Tivemos
uma reunião administrativa, tratamos demandas da Mesa Diretora da Câmara, mas
não podemos deixar de conversar sobre as questões políticas do nosso Estado.
Ficou acordado que o PSD vai integrar a mesma coligação que o PMDB e outros
partidos já definidos, e faremos uma reunião em breve com a presença do
presidente do PSD, vice-governador Robinson Faria, e lideranças das duas
legendas”, afirmou Fábio Faria em sua cota pessoal do Twitter.
A afirmação de Fábio
Faria derruba a tese defendida pelo presidente da Câmara Federal, de que o
momento não é de discutir temas da política partidária e que a hora seria de
centrar esforços ao desenvolvimento do Rio Grande do Norte. É a segunda
demonstração de contradição por parte de Henrique Alves. A primeira diz
respeito à reunião de amanhã, sexta-feira, quando o PMDB decidirá se romperá ou
não politicamente com a governadora democrata Rosalba Ciarlini. A segunda é a
definição da aliança proporcional.
No que diz respeito à
aliança, compreende-se que o PSB da vice-prefeita e ex-governadora Wilma de
Faria fica fora dos planos do PMDB e PSB. Até porque o ministro da Previdência
Social, senador licenciado Garibaldi Alves Filho (PMDB), tem conversado com
amigos e correligionários sobre a não-possibilidade de dividir o mesmo palanque
com Wilma. Ele ainda não digeriu a derrota sofrida em 2006, quando ela venceu
Garibaldi no segundo turno ao Governo do Estado.
Neste cenário já
iniciado, a leitura que se faz é que PMDB e PSD tendem a convocar o PT para
compor a aliança, fechando assim uma provável composição à chapa majoritária,
uma vez que o vice-governador Robinson Faria – presidente estadual do PSD, não
esconde seu desejo de disputar o Governo do Estado. Contudo, uma segunda
vertente pode ser atribuída: PMDB e PSD unidos na chama proporcional e
separados na majoritária. Foi o que aconteceu em 2010, quando PMDB, PR e PV se
aliaram apenas para eleição de deputado federal e estadual.
E é aí que está a
questão: com o afastamento do PMDB do governo Rosalba Ciarlini, ficou no ar a
possibilidade do PR seguir o mesmo caminho. Ocorre que a governadora nomeou a
ex-prefeita Shirley Targino para a vaga deixada com a saída do peemedebista Luiz
Eduardo Carneiro da Secretaria Estadual do Trabalho, Habitação e Assistência
Social (SETHAS). Ela é do PR e se soma ao também secretário Renato Fernandes
(PR), que responde pela pasta do Turismo. Ou seja: para quem vai romper,
dificilmente o PR aceitaria ampliar seu espaço no governo.
O que se quer dizer é
que a aliança PMDB e PR estaria ameaçada e os peemedebistas já trataram de
convidar o PSD para ocupar a lacuna que, em tese, seria deixada pelos
republicanos.
Fonte: Jornal de Fato
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