Prefeitura Municipal de Assú

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Falta de diálogo emperra acordos de partidos para eleições de 2014


Difícil compreender a confusão que envolve os partidos políticos no Rio Grande do Norte neste ano pré-eleitoral. Não há sintonia e até as próprias lideranças não se entendem. PT, PSB, DEM e PMDB seguem no emaranhado de indefinições que, à primeira análise, evidencia uma série de complicações políticas.

Primeiro tem o PT, que se apresenta com dois projetos e corre o risco de não emplacar nenhum: as candidaturas da deputada federal Fátima Bezerra ao Senado e do deputado estadual Fernando Mineiro ao Governo do Estado.

É que o Partido dos Trabalhadores do Rio Grande do Norte ainda não conseguiu sobressair das sombras dos tradicionais grupos e sempre esteve ora ao lado dos Alves, ora com a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) – reminiscente dos Maia.

Com a pressão que existe em cima do PT, tendo em vista que o partido vem de vitórias seguidas no plano nacional, o diretório estadual ainda não conseguiu seguir a maré positiva e tem apostado as fichas em 2014. Até agora, das opções que se apresentam – disputar vaga no Senado e o Governo do Estado –, é mais provável que a primeira se concretize. Isso se o Partido dos Trabalhadores potiguar conseguir frear seus próprios impulsos e concretizar uma chapa majoritária forte.

E é nessa composição que está a questão. O PT espera pelo PSB e PMDB para dar seguimento à sua ideia. Contudo, os dois partidos aliados no plano federal não estão mais tão aliados assim. No Rio Grande do Norte, o PMDB integra a base do governo do DEM e o PSB, embora seja tão oposicionista quanto o PT no plano estadual, tem projetos distintos dos petistas, daí a confusão que se tem agora.

Para piorar o quadro, falta diálogo entre os líderes e até aqui o que tem sido publicado na imprensa diz respeito a projetos quase pessoais: a deputada Fátima Bezerra, por exemplo, não quer perder a oportunidade de disputar a única vaga ao Senado. Já que dois dos atuais senadores não estão na disputa e o terceiro – senador Garibaldi Alves (PMDB, pai do ministro da Previdência Social e senador licenciado Garibaldi Filho) – não se apresenta em condições de saúde para tentar renovar o mandato, Fátima tem quase certeza de que é a bola da vez.

Por outro lado, o PSB pensa da mesma forma. Ou melhor: diz uma coisa, mas age pensando em outra totalmente diferente. É que a vice-prefeita de Natal e ex-governadora Wilma de Faria tem acentuado que disputará uma das oito cadeiras da Câmara Federal, mas suas movimentações indicam que ela está de olho mesmo é no Senado; daí, a incompatibilidade de projetos.


PT terá encontros com PSB de Wilma e PSD de Robinson

A falta de diálogo entre os partidos e os filiados se constitui em problema à parte. PT e PSB, por exemplo, adiaram encontro que estava marcado para a quarta-feira passada, assim como o PMDB adiou reunião com prefeitos, vice-prefeitos e vereadores peemedebistas. Tudo leva a crer que nenhuma liderança quer assumir compromissos agora, pois corre o risco de minar alianças mais na frente.

O presidente estadual do PT, Eraldo Paiva, afirmou que existem encontros agendados com o PSB, de Wilma de Faria, e o PSD, do vice-governador Robinson Faria. A questão é que não se terá nenhuma definição agora, até porque o único nome posto e definido ao Governo do Estado é o de Robinson de Faria, conforme ele anunciou recentemente.

Com isso, como o PT vai negociar a chapa majoritária se o PSD já tem candidato ao Governo? O PT renunciaria à pretensão de apresentar candidato ao Executivo estadual e se contentaria com a candidatura da deputada federal Fátima Bezerra ao Senado? E como Wilma de Faria vai se comportar mais adiante? Como se vê, dúvidas existem e para as quais ainda não se tem solução, aparentemente e até agora.


Divergência interna ameaça união de líderes no PSB

Além da ausência de posições, o que é normal em ano pré-eleitoral, o PSB ainda amarga confusão interna envolvendo a presidente estadual da legenda, ex-governadora Wilma de Faria, e a deputada federal Sandra Rosado (PSB). As duas não falam a mesma língua e Sandra, em recente entrevista ao Jornal de Hoje, de Natal, se queixou da falta de diálogo e que o PSB precisava ser “mais democrático”.

Entende-se que Wilma de Faria não estaria comunicando aos demais filiados as suas pretensões políticas. A queixa de Sandra Rosado tem origem no fato de Wilma estar “invadindo” suas bases no Oeste do Rio Grande do Norte. Como a ex-governadora tem afirmado que sairá candidata à Câmara Federal, certamente será uma ameaça ao projeto de reeleição de Sandra.

Mas não é só o PSB que enfrenta esse tipo de “falta de comunicação”. O PMDB segue a mesma linha e seus filiados estão em clima de total incerteza com relação ao futuro do partido às eleições de 2014. Dias passados, o deputado estadual Nelter Queiroz fomentou a ideia de pressão, por parte do movimento Juventude PMDB, no sentido de pressionar o presidente estadual da sigla, deputado Henrique Eduardo Alves, a se posicionar sobre o tema.


Posição de Rosalba expôs crise no DEM

O Democratas segue a linha do PT e PMDB: está sem unificação e esse fator pode vir a ser uma ameaça ao provável projeto de reeleição da governadora Rosalba Ciarlini. A posição dela tem sido contrária ao que pensa a executiva nacional, presidida pelo senador potiguar José Agripino Maia.

Agripino, como não poderia ser diferente, faz oposição crucial ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Dias passados, a executiva nacional do Democratas enviou documento (texto que será apresentado na propaganda de TV do DEM) para a governadora potiguar gravar; ela recusou.

A decisão da governadora democrata externou a crise que existe no Democratas potiguar. Ela já afirmou que votará e apoiará a reeleição da presidente Dilma, contrariando o seu partido. Ao recusar participação no programa do DEM, Rosalba praticamente antecipou que tem interesse em sair da legenda.

Caso a saída dela venha a se concretizar, será a terceira baixa: o deputado federal Betinho Rosado e a ex-prefeita de Mossoró Fafá Rosado estão prestes a efetivar suas saídas. O destino deles, assim como o de Rosalba, é tão incerto quanto a aliança envolvendo PT e PSB no Rio Grande do Norte.

Fonte: Jornal de Fato

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