Prefeitura Municipal de Assú

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

E o sertanejo continua a ver a Asa Branca voar

O material exibido no Fantástico, domingo passado, foi de dar dó. Uma delicada e cruel situação por qual passa o sertanejo, que se vê obrigado a viver em um cenário que não está propício a nada. Quanto mais à vida. A reportagem mostrou um quadro que nós, nordestinos, conhecemos. Mas, às vezes por total incoerência ou mesquinhez, fingimos que não sabemos de tal quadro.

Aí, quando a TV exige reportagem focalizando o drama do sertanejo, as imagens chocam. Ainda mais quando se mostra uma realidade conhecida por todos e que todos fazem questão de torná-la perpétua. Fosse diferente, os sistemas de transposição tão propagados pelos governos já teriam saído do papel. Quem não sofre com a falta d'água, não vê sua riqueza - o gado - morrendo de sede e de fome, não sabe o que é aperreio. Ainda mais quando essa riqueza é o único sustento da família.

Certa vez o titular do blog ouviu alguém dizer: "para os políticos, o povo, quanto mais subjugado (dominado), melhor". E parece ser. Quando se fala em subjugar, o blog o faz na sua mais concreta expressão: os governos, seja ele qual for, domina o povo. Mantém a massa alienada e distante de todo e qualquer avanço.

Fosse diferente, a situação do Nordeste brasileiro já seria outra. Claro que avanços aconteceram, e não se pode negar isso. Mas tudo o que foi feito ainda é pouco para que não sejamos obrigados a assistir ou vivenciar cenas como as que foram exibidas pelo Fantástico.

Mas aí alguém pode questionar: "e como é que se muda um cenário de seca?" Realmente fica difícil responder, mas, na pior das hipóteses, os governos deveriam concretizar as tais medidas de convivência com a seca. Até agora, e que me desculpem as autoridades da área, não se ensinou nenhuma convivência com a estiagem.

O que o trabalhador rural sabe é o que a vida ensina. E a vida tem ensinado, até aqui, que o Nordeste continua a ser um pedaço de terra esquecida, onde milhares de famílias se encontram sozinhas, abandonadas e órfãs da atenção governamental.

O que a vida ensina, mostra e evidencia é que se gastou milhares de milhões na transposição do Rio São Francisco e até agora a água não chegou a quem mais precisa. Afinal, o objetivo da transposição é o de proporcionar o desenvolvimento - dentre outros aspectos - á região Nordeste. Até agora, nada de concreto chegou. Quanto mais água. O sertanejo continua vendo a Asa Branca bater asas e voar.

Nenhum comentário: