Prefeitura Municipal de Assú

terça-feira, 30 de novembro de 2010

'Quem manda é quem tem maioria'

Se o voto fosse igual a rabiscos de grafite em folha de papel, certamente alguns vereadores de Mossoró perderiam seus mandatos. Tudo o que se viu na sessão desta terça-feira (30/11) demonstra isso. Primeiro, é bom que se diga que o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDSERPUM) acabou comprando gato por lebre: foi convidado a se fazer presente nas galerias da Câmara Municipal. A tática era vaiar e pressionar pela aprovação de emendas que garantiriam recursos para pagamento de precatórios. Houve acordo com três vereadores nesse sentido, mas ocorreu quebra nesse alinhavo.
O acordo foi de que o G-3 garantiria apoio para emendas aos precatórios. O G-4 aderiu à ideia. Ontem, antes da leitura do relatório, veio o baque: o relator descartou maioria das emendas e o resultado não agradou ao Sindserpum. O Sindicato esperava R$ 9,5 milhões e terá pouco menos de R$ 1 milhão. Os outros reais virão somente no orçamento de 2012. Garantia dada pelo vereador Francisco José da Silveira Júnior (PMN).
O segundo fato diz respeito às interpretações que são feitas sobre o Regimento Interno e a Lei Orgânica do Município. Tudo o que foi dito ontem realmente existe nesses documentos, mas pegou-se artigos isolados para se tomar uma decisão que, convenhamos, deixa a Câmara Municipal mais desmoralizada do que já estava.
Uma falta de respeito com o cidadão. Com o eleitor e com quem comparece ás sessões. Ninguém paga vereador para se ter um verdadeiro pandemônio em uma Casa que deveria dar exemplo. Sim, porque cada vereador que ali está é pago com o meu e com o seu dinheiro. O salário deles sai do nosso bolso, de cada centavo que pagamos de impostos. Então, o mínimo que se espera é que os parlamentares entendam que estão ali para servir ao povo, e não a eles próprios.
E foi justamente isso o que se viu nesta terça-feira. Uma briga interminável, com gritos eufóricos dos dois lados e até ameaça de que o Ministério Público estava para chegar. Ora, quem pode colocar ordem na Câmara são os próprios vereadores. O Ministério Público pode, e deve, investigar os reais motivos dessa discórdia. Com vereadores indo para a oposição porque perderam cargos. Como se apoiar um governo ou ações governamentais estivesse ligado a receber benesses e "espaços" - como eles dizem - para indicar pessoas.
O que há é uma briga para ver quem manda mais. E a prova veio do vereador Jório Nogueira: "quem manda é quem tem maioria". Realmente, quem manda é quem tem mais. E, nesse sentido, a Câmara Municipal deveria compreender que quem manda somos nós, cidadãos.
Falta respeito, harmonia, sinceridade e cumprimento do Regimento Interno e da Lei Orgânica do Município. Por sinal, são os documentos mais citados nos últimos dias e os mais desconsiderados na prática.

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