Prefeitura Municipal de Assú

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Mossoró desequilibra pleito em prol de Rosalba

Leio no blog do jornalista Julierme Torres algo que complementa o que escrevi no post abaixo. Enquadra-se perfeitamente no contexto relacionado à comparação entre as eleições de 2002 e a deste ano. Veja:
O relatório completo da pesquisa Consult/FCDL tem um ingrediente importante para a leitura do quadro político do Rio Grande do Norte. É a distribuição bem detalhada dos resultados por áreas pesquisadas. As regiões do Estado estão melhor especificadas e com um ponto importante, Natal e Mossoró aparecem com avaliações em separado. No Vox Populi apenas a capital tinha sido separada.
Com base no relatório da Consult, é possível, por exemplo, que o que vem desequilibrando a eleição em favor de Rosalba Ciarlini é o eleitorado de Mossoró. Assim como ocorreu em 2006, quando ela disputou o mandato de senador com Fernando Bezerra, é o eleitorado mossoroense que tem dado a Rosalba Ciarlini uma maioria excepcional.
Segundo a Consult, Rosalba tem 78,3% das intenções de voto em Mossoró. O segundo colocado, Iberê Ferreira de Souza (PSB) não passa dos 7,5%. Isso representa uma vantagem de 71,2 pontos percentuais em um colégio eleitoral de 159 mil eleitores. Fazendo uma conta simples. Vamos supor que em Mossoró sejam somados 130 mil votos válidos nas eleições deste ano. Essa vantagem de Rosalba, atestada pela Consult, representaria uma maioria de 82 mil votos sobre o segundo colocado.
Ou seja, Iberê precisaria tirar em pequenos municípios 82 mil votos de maioria apenas para anular o efeito de Mossoró. Para amenizar esse prejuízo, Iberê e Carlos Eduardo tem a necessidade de tirar votos de Rosalba em Mossoró. Cada voto conquistado na cidade tem peso duplo, pois é um voto que se ganha e também um que Rosalba perde.
Agora, convenhamos, para conseguir fazer isso será preciso uma estragégia bem mais ousada. O eleitorado de Mossoró é muito bairrista e também exigente. Não dá pra chegar com promessas pontuais, como a construção de uma escola, um hospital, etc. Para conseguir penetrar no eleitorado mossoroense Carlos Eduardo e Iberê Ferreira terão que aparecer com uma proposta consistente e específica para a cidade. Algo arrojado, com impacto no desenvolvimento econômico e social. Isso, até aqui, não aconteceu.
Carlos Eduardo apareceu na cidade, até agora, com um plano de governo genérico e com promessas muito modestas para Mossoró. Pelo menos já debateu essas propostas com segmentos da sociedade local, com destaque para o empresariado. Iberê Ferreira de Souza, até aqui, nem se deu o trabalho de se apresentar com mais ênfase. Muito menos mostrou um plano consistente de propostas específicas. Tem repetido o erro de Fernando Bezerra em 2006.
Não é demais lembrar, que os dois estão disputando com uma candidata mossoroense, que foi prefeita em três oportunidades, sempre fazendo administrações muito boas e com elevados índices de aprovação popular e popularidade. Portanto, é muito melhor conhecida pelo eleitorado local. É natural que o eleitorado de Mossoró tenha mais confiança em Rosalba. E esse cenário não será revertido com um comício, aqui e outro acolá.
Fonte: juliermetorres.blogspot.com

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Um cenário que tende a se repetir

O cenário se repete. Em 2002, quando a ex-prefeita de Natal Wilma de Faria (PSB) partiu para a disputa pelo Governo do Estado, foi dito que ela não venceria e que não teria chances para enfrentar a máquina do governo, então controlada pelo governador Fernando Freire, que tinha assumido o cargo com a saída de Garibaldi Filho - que disputou uma vaga ao Senado. Agora, a mesma ladainha.
Para entender o discurso de agora é preciso voltar a 2002. Fernando Freire, pouco conhecido no interior do Estado, entrou para a reeleição tido como favorito. Depois perdeu esse status para Fernando Bezerra, à época senador pelo PTB. Pesquisas e mais pesquisas foram divulgadas. manchetes de jornais alardearam que Fernando Bezerra venceria. Sequer foi para o segundo turno.
Foram Wilma e Fernando Freire. O governador perdeu a parada para a então ex-prefeita da capital.
Mas o que foi que Wilma fez para ganhar: simples. Ela, já prevendo que Garibaldi FIlho deixaria o Governo do Estado para a disputa ao Senado, tratou de criar a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN), sendo a primeira presidente da entidade. Com essa jogada, percorreu todo o Estado, massificando seu nome nos municípios, buscando apoios e fechando acordos.
Foi um dos motivos que a fizeram chegar ao Governo. Além disso, o fato de se ter um governador pouco conhecido também favoreceu Wilma de Faria.
Agora tudo se repete. Wilma saiu do Governo do Estado para tentar ser senadora. Assumiu o
vice, Iberê Ferreira de Souza. Conhecido na sua região, a Trairi, mas pouco massificado nas outras regiões. Tentou percorrer os caminhos de Wilma, tendo o suporte da Secretaria Estadual dos Recursos Hídricos. Encontros da Água foram realizados. Se surtiu efeitos, até agora os números de pesquisas não mostraram.
O caso de Rosalba Ciarlini, senadora, é inverso. Tão logo foi eleita ao Senado tratou de andar o Estado de ponta a ponta. Como Wilma costumava dizer nos debates em 2002, gastou muita "sola de sapato", já costurando entendimentos para as eleições deste ano.
Em 2008, fincou pés em Natal, maior celeiro eleitoral do Estado e, pelo visto, atingiu o objetivo, já que lidera todas as pesquisas de opinião pública divulgadas até agora.
Se Rosalba vencerá, aí é outra história, pois não se pode menosprezar a capacidade política de Iberê, que foi eleito seis vezes à Câmara Federal e sabe, no popular, os caminhos das pedras.
O resultado pode ser previsto, mas também pode apresentar surpresas, já que nenhum dos três candidatos ao Governo do Estado é inexperiente. Contudo, pelo fator do conhecimento do nome e da popularidade constatada nas sondagens eleitorais, tudo caminha para que o quadro eleitoral de 2002 se repita em 2010.

Cartilha aos candidatos

Alguns candidatos estão metendo os pés pelas mãos, incorrendo em infração à legislação eleitoral brasileira. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) disponibiliza uma cartilha, cujo conteúdo mostra todos os passos a qualquer postulante com relação ás eleições deste ano. É só clicar AQUI e conferir.

Quando os dois lados têm razão

Os dois lados têm razão. O quiproquó ocorrido por dois dias seguidos na Câmara Municipal de Mossoró devido à proposta de fim da reeleição tem seus motivos. O vereador Francisco José Júnior (PMN), eleito em 2 de junho passado em sessão extraordinária com oito votos, apresentou requerimento propondo o fim da reeleição da Mesa Diretora. O atual presidente, Claudionor dos Santos (PDT), que convocou os parlamentares para a eleição, não registrou chapa e, consequentemente, perdeu o pleito.
Ocorre que agora o que está em jogo não é apenas o requerimento. A eleição que gatantiu a vitória de Silveira Júnior está sub análise judicial. Em tese, o que ele quer, ao propor o fim da reeleição, é evitar que Claudionor possa tentar a renovação do mandato de presidente.
Claudionor, por sua vez, não reconheceu a urgência do requerimento. Só isso. Em matéria paga veiculada nos jornais da cidade, Claudionor afirmou que o requerimento entrará em votação. Pelo Regimento Interno, entrará na pauta da sessão da próxima terça-feira.
O impasse que se criou é devido ao fato de que os dois lados têm razão. Um quer acabar com a renovação contínua de presidente e o outro, quer a tramitação normal do requerimento. Só isso!